Este ano é o ano de Sophia. Assinala-se o centenário do seu nascimento e nós aqui na Unimagem pretendemos homenagear a sua memória aquela que foi sem dúvida uma das nossas melhores poetisas.
A única mulher escritora com honras de Panteão Nacional a quem muitos gostavam de ter visto atribuído o prémio Nobel da literatura e a primeira portuguesa a receber o prémio Camões.
Porto, terra natal, Lagos e a Grécia foram os três sitos por quem a poetisa se apaixonou.
O Porto e as férias grandes passadas na praia da Granja foram fonte inspiradora de muitas das poesias onde o mar e a maresia reinam. Lagos foi descoberto mais tarde no início dos anos 60 onde pescadores e barqueiros a conduziram por um mar chão de agosto até às grutas da Ponta da Piedade. A Grécia e Atenas foram também descobertas pela poetisa nos anos 60, onde ainda pontuava um país subdesenvolvido, com poucos hotéis e escassos turistas.
Com um profundo sentido político esteve sempre presente na resistência à ditadura. Daí este singelo e belo poema:
“Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.”
Miguel Almeida Fernandes